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quinta-feira, janeiro 29, 2004

Petição em artigo do Público (25/1/2004) 

A petição na Internet "Portugal a Horas" foi novamente referida num artigo do jornal "Público". A petição tem actualmente 2469 assinaturas.

PS - O link para o Público só deverá funcionar alguns dias.

quinta-feira, janeiro 15, 2004

Proximidade Cultural de Portugal e Afins 

Comentários ao post "Existe Uma Identidade Europeia?" no blog no mundo:

Um pequeno comentário

É utópico pensar que existe uma identidade europeia. Por exemplo, Portugal tem muito mais a haver com o Brasil e Cabo Verde do que a Alemanha ou a Grâ-Bretanha.

Querer criar uma identidade europeia que conduza aos Estados Unidos da Europa assemelhaça à à tentativa de criação do homo sovieticus na antiga União Soviética. Claro que os meios são menos violentos, mas que existe uma tentativa de criar artificialmente o homo europicus, existe.

Afixado por Ivo Dias de Sousa em janeiro 8, 2004 03:22 PM


Qual é o fundamento para dizer que Portugal tem "mais a haver" com o Brasil e Cabo Verde do que com a Alemanha e a Grã-Bretanha? A língua? Não me parece suficiente.
Além disso, a questão deve centrar-se no indivíduo e não na nação. Eu sinto-me culturalmente mais próximo dos países europeus do que do Brasil e Cabo Verde (e até nasci num país africano). O Ivo sente o contrário. São opiniões. Mas tenho a certeza que não sou o produto de uma tentativa artificial de criação do 'homem europeu'.

Afixado por CMF em janeiro 8, 2004 06:03 PM


Citando os autores deste blog no texto de abertura:

"Porquê fecharmo-nos neste pequeno país, virados de costas para a Europa, fitando um oceano que hoje, pouco ou nada nos traz?"

Porquê não acreditar numa identidade europeia? O que tem de mal esse projecto? Porquê abortá-lo antes dele nascer?

Mas também não me repugna a ideia de identidade nacional (gostei de a sentir quando os "portugueses" se uniram fantasticamente pela causa de Timor a seguir ao referendo, durante a chacina das milícias...)

Afixado por Vítor Viegas em janeiro 8, 2004 06:06 PM


Estou a falar de umas estatísticas (não me lembro aonde) que já vi há alguns anos atrás, mas que são interessantes. No último meio século do século XX, os emigrantes nacionais regressaram a mais de 50% dos seus destinos de emigração, com excepção da américa latina. Podem haver outros factores também a explicar esse fenómeno, mas de certeza é explicado em grande parte pela proximidade cultural.

Outro estatística interessante (saiu há algumas semanas do Público) indicava que a maioria dos portugueses se sentia melhor com emigração proveniente dos PALOPS e do Brasil.

Outra coisa, a língua é um factor extremamente importante. Basta lembrar que consumimos várias horas de telenovela por dia desde há várias décadas.

Que uma pequena elite intelectual se sinta europeia, não altera a realidade.

Afixado por Ivo Dias de Sousa em janeiro 8, 2004 07:39 PM


Existem poucas coisas cuja veracidade tenha sido mais profusamente documentada pela história do que a necessidade humana de ideiais e crenças que ultrapassem o individuo.
Consideremos a seguinte dicotomia: 1 - aqueles que são afastados da vontade dos homens; como exemplo temos a filosofia natural e o seu descendente directo: a ciência. 2 - aqueles que procuram organizar os interesses humanos; aqui se incluem os movimentos e ideias políticas.
Dentro das ideias políticas - 2.A - temos corpos de teoria sobre os modos de governação dum estado bem ordenado, como a democracia-cristã, a social-democracia, etc, e que podem ser mais ou menos específicos - ambos os movimento acima se enquadram da visão ACTUAL do que é um regime democracatico. Temos ainda - 2.B - as ideias de identidade nacional, que são o sustentáculo ideológico dos paises, passados, presentes ou futuros.
Existe um caracteristica comum a 2.A e 2.B: dentro do mesmo nível hierárquico, exigem exclusividade: não se pode ser ao mesmo tempo social democrata e democrata cristão; português e espanhol. Por outro lado, há uma grande distinção entre 2A e 2B: em dois 2A temos visões da natureza humana; já as ideias nacionalistas de 2B são divisões da espécie humana; assim sendo, todos os nacionalismos, passados, presentes e futuros são, inevitavelmente, oportunismos histórios, divisionistas da espécie humana, feitos de modo a preservar um grupo de interesses sobre o qual há acordo, em detrimento sobre aqueles em que não o há, e com o objectivo último de criar sociedades que lhes dêem cumprimento material.
Por exemplo, veja-se uma a análise da autonomização da imagem dos EUA, feita em opsição à Europa, em http://www.justresponse.net/Sontag.html . Este texto foi publicado pelo "The Guardian" em 18 de Outubro de 2003, mas parece não estar disponível no sítio desse magnifico jornal.
A partir do momento em que exista um conjunto de indíviduos que se entenda como grupo, mercê da posse de certas crenças comuns, quem poderá dizer que ele não existe? O cristianismo não existe, só por eu não acreditar em deus-pai de jesus, mas sim em deus-Buda?

*O caso concreto da identidade europeia.*

Existem muitas pessoas acreditam numa identidade europeia, como base na partilha de certos valores, não totalment definidos. Terá sido Jurgen Habermas quem melhor os terá definido. Logo a identidade europeia existe. Aliás, a identidade europeia existe há séculos, só que não era a mesma do que é hoje, porque as necessidades de exclusão - é essa a necessidade que os nacionalismos satisfazem -, eram diferentes. Consideremos diferentes momentos.

A identidade europeia servia em 1600 e tal para justificar ideológicamente as práticas económicas, e sociais trans-culturais de então. separava as potencias europeias dos outros povos.
em 1950 , uma leve união europeia surgiu como um grupo de nações destruidas pela última guerra e receosas da próxima. todas elas fizeram, na pratica, um trato com os EUA - receberam dinheiro para a sua reconstrução, de modo a opor-se ao avanço da União Soviética, e cederam os seus impérios. a união europa é então sonhada pelos antigos senhores do mundo (durante apenas cerca de 400 anos) à imagem do EUA. O desejo é então ter os EUA como policia mau e a CEE->UE como policia bom.
em 2000 e tal, temos um mundo a organizar-se em blocos económicos de grandes paises e de regiões, a saber: NAFTA, Mercosul, UE, Japão, China, Rússia, Sudeste asiático, Sudoeste asiático. O que sobra? A africa está numa crise terrível, ainda não é visivel qual a organização futura, e a Austrália está a aproximar-se dos EUA.
Esta é a resposta à integração dos sistemas financeiros. Menos falada, mais importante para a redefinição da identidade europeia, é libertação das culturas das outras regiões do mundo. Libertação essa que é comercialmente perigosa para muitas companhias, porque pode romper a fidelização desses mercados com os produtos americanos e europeus que essas companhias produzem. Libertação essa que irá fazer com que os povos europeus se sintam mais semelhantes.

*Em conclusão*

A identidade europeia (IE) é tão verdadeira quanto à necessidade de diferenciação dos povos desta zona do mundo das dos outros povos. Logo, a IE existe. Assim sendo, nos próximos tempos a IE tornar-se-à mais forte.
Será suficientemente forte para formar um país único? Neste momento ninguem pode responder com honestidade a esta questão; ainda menos dizer com o que se parecerá esse país.
Pode ser-se Português ou Italiano e simultaneamente cidadão europeu. Porque não existe ainda nenhuma proposta concreta de um outro país. Reafirmo: os países são oportunidades históricas. Quando dependendo das proposta que forem feitas - para a qual todos podemos contribuir -, poder-se-à achar que vale a pena dar o salto ou não.


Afixado por Osvaldo Brasão em janeiro 8, 2004 07:55 PM
Se o consumo de produtos culturais, dos quais os de entertenimento serão talvez os mais abundantes, fosse o critério para definir a identidade dum país, então acabaram-se todos os nossos problemas. Já não há nacionalismos. Existe um único país, os EUA. Todavia, existirão variantes regionais; assim, o território português fará parte do nordeste brasileiro.

Afixado por Osvaldo Brasão em janeiro 8, 2004 08:04 PM


Do conceito de inteligência ao conceito de elite.

A espécie humana formada por seres inteligentes, isto é, tomam decisões que sucedem no seu objectivo de aproximação ao objecto dos seus desejos. Isto não é dizer muito, porque até uma bactéria consegue aproximar-se dum ponto com uma concentração de açucar mais elevada.

O cérebro, esse orgão que se estende para fora do corpo na forma de folhas rascunhadas e páginas de internet, foi criado para promover o nosso bem-estar. No caso das bactérias, o bem estar será a existência de nutrientes. No caso dos humanos, o bem-estar passará talvez por uma casa com lareira e a carne na mesa, e depois, talvez, o desejo de paz no mundo.
Ora muito seres humanos safam-se pior que muitas bactérias, e daqueles que tem comida muitos não tem dinheiro para ler sobre a paz ou a guerra; isto se alguêm os ensinou a ler. Em Portugal, e apenas desde há 50 anos, a maioria da população sabe ler. Daí até ter tempo para chegar do trabalho e sentar-se a ler com espirito critico os jornais, vai mais outro passo (se for mulher vão dois, porque ainda tem os filhos e a loiça).
Ora por Elite entender-se-ão aqueles que conseguem por uma qualquer combinação de sorte ao nascimento e luta porfiada ao longo da vida, conseguem ter os meios e a manter a curiosidade necessárias à acumulação do conhecimento sobre o passado e presente das sociedades, e agir, mais ou menos, sobre o seu futuro.
Esta - e não a integração dentro de um padrão de consumo - é a identificação dum membro do escol ou fina-flor duma sociedade.

Infeizmente, a maior parte das pessoas não consegue, e aqueles que conseguem podem sempre embrutecer atrás duma vida de trabalho e preocupações, ou de futilidades.

Portanto, se o problema é agir-se de modo diferente, então temos que tomar uma postura forte. Devemos começar pelo principio, e proibir palavras e conceitos usados apenas por uns quantos. George Orwell, com o seu conceito de IngSoc, será um guia importante. Deixem-se de editar livros que interessem a poucos; ponha-se a televisão a transmitir programas que referenciem apenas aquilo que todos já sabem.
Eis algo em que ninguem ainda tinha pensado, ou será que ... vivemos num regime Populista durante toda a nossa vida, o qual terá um cheiro tão comum quanto o da água?

Afixado por Osvaldo Brasão em janeiro 8, 2004 08:46 PM


Ora aqui está um conceito que me agrada: identidade nacional! A meu ver, este é um conceito trans-disciplinar. Como tantos outros que reconhecemos e reificamos, é um conceito muito recente.

A identidade nacional contrói-se a partir de símbolos identificados pelos indivíduos: hino, bandeira, mito fundador da nação, história da nação, língua, cultura, reconhecimento das fronteiras, sentimento de pertença, entre outros. No caso português, segundo Eduardo Lourenço, o mito fundador da nação é um mito freudiano.
As identidades nacionais surgiram pós-Revolução Francesa com o surgimento do Estado-nação. Anteriormente, não fazia sentido falar em identidade nacional. Os movimentos nacionalistas contribuiram amplamente para a implementação desse conceito tal como as Exposições Universais.
A identidade nacional fica ao rubro em situações limite em que é posta em causa a nação como acontece em situações de guerra ou, num fenómeno mais recente, em campeonatos de futebol em que joga a selecção nacional.
A identidade nacional é transmitida no decorrer do processo de socialização secundário - na escola aprendemos a História de Portugal, história que foi construído, entre outros, por Alexandre Herculano.
O Romantismo mostrou-se fundamental na criação da identidade nacional na medida em que se começou a questionar sobre os antepassados e a criar uma história da nação. Os movimentos nacionalistas também foram fundamentais na construção do conceito.

Posto isto, porque não falar de uma identidade europeia? Se o conceito de identidade nacional é construído, porque não estarmos a construir uma identidade europeia? Afinal, já somos reconhecidos enquanto europeus...

Afixado por Ana Teles em janeiro 9, 2004 04:55 AM


Com pouco tempo para comentar (e prometo que farei um resumo da discussão num local mais digno) não posso deixar passar em claro o primeiro parágrafo do segundo comentário do Ivo: "Podem haver outros factores também a explicar esse fenómeno, mas de certeza é explicado em grande parte pela proximidade cultural." (o fenómeno é o regresso de 50% dos emigrantes ao seu país de origem, excepto no caso da América Latina). O Ivo diz que PODEM haver outros argumentos (e assim despacha aquilo que poderia perturbar a sua ideia) mas tem a CERTEZA que a proximidade cultural explica, em geral, o fenómeno. Onde é que o Ivo foi buscar essa certeza? É uma convicção do Ivo, apenas. Uma abordagem séria de um problema deve fazer-nos duvidar, mais do que ter certezas. A evolução cultural sustenta-se na dúvida.

Afixado por CMF em janeiro 9, 2004 04:40 PM


O Ivo diz que PODEM HAVER, mas devo informá-lo de que NÃO PODE. O verbo HAVER não PODE ser conjugado desta forma. Das duas uma: ou o Ivo escolhe "podem existir" ou "pode haver", mesmo que se trate da existência de várias coisas.

Afixado por MJM em janeiro 9, 2004 08:55 PM


Obrigado pela correção ortográfica :-). Dois pequenos comentários. Quanto a sermos europeus cada um fale por si - eu não sou europeu. Fazendo uso do que escreveu o Osvaldo, um aspecto é necessário ter em conta: existe um conflito entre ser português e ser europeu. Uma pessoa que, por exemplo, defenda cada vez mais integração (ou absorção conforme eu digo) definesse primeiro como europeu. Não me venham dizer que continuam a ser portugueses como dantes - são nacionalistas à mesma, mas de uma nação chamada europa (não Portugal)

Afixado por Ivo Dias de Sousa em janeiro 15, 2004 05:51 PM

Brasil versus E.U.A. 

Reprodução de uma mensagem de correio electrónico que recebi:

"A partir de agora todo e qualquer cidadão da América Latina (exceto México) África, Ásia (exceto Israel, Brunei, Singapura e Japão) e Oceânia (exceto Austrália e Nova Zelândia) que chegue aos EUA é tratado como terrorista. Ao desembarcar, é conduzido a uma sala, onde são feitas fotografias e colhidas as impressões digitais, além de submeter-se a um interrogatório. Não importa se o indivíduo se trate de criança, freira, artista conhecido ou político em missão extra-oficial.

Já desde o primeiro semestre de 2003, os brasileiros que precisaram de visto para visitar aquele país, não puderam mais obtê-lo mediante procuração ou despachante. Tiveram que se deslocar-se aos consulados de São Paulo, Rio e Recife, além da embaixada em Brasília. Isso significa que um brasileiro de Manaus, por exemplo, para obter um visto terá que viajar até Brasília, gastando cerca de R$ 2.000,00 só de passagem aérea, sem ter a certeza de conseguir o visto.

Recentemente uma médica de São Paulo e um empresário de Campinas ao desembarcarem em Nova York foram deportados, após 10 horas de humilhações no aeroporto, simplesmente porque iriam participar de eventos profissionais e o visto de turista não especificava esses pormenores.

Será que nós latino-americanos merecemos ser tratados como terroristas? A América Latina deve mesmo se curvar ao sanguinário Bush e acatar a famigerada Alca, onde predominam os interesses norte-americanos, simplesmente para agradá-lo? O que pensar de um país que tanto almeja a integração de todo o continente americano (excetuando Cuba, naturalmente) tratando seus “parceiros” desta forma?

Que tipo de recepção esses países dão aos cidadãos americanos que visitam seus países, muitos dos quais camuflados de turistas para fazer biopirataria ou turismo sexual com crianças e adolescentes e mulheres pobres?

No caso do Brasil, um juiz federal de Mato Grosso, exigiu que o governo brasileiro, pela política de reciprocidade internacional, dispense um tratamento semelhante ao que é dado aos brasileiros que chegam àquele país, excetuando as humilhações, claro. Mas alguém acredita que isso seja realmente cumprido por muito tempo?

O bom disso tudo é que o turismo nos EUA é uma importante fonte de divisas, mesmo depois de 11 de setembro. É o quarto país que mais recebe turistas no mundo, sendo que o Brasil é o quinto país que mais manda turistas para lá. Países como Venezuela e Argentina também enviam milhares de turistas anualmente para os EUA.

O bom senso é que nós brasileiros e porque não dizer latino-americanos demos uma contrapartida nesta situação vexatória e humilhante. NÃO VISITEMOS MAIS A CASA DE TIO SAM! DIGA NÃO AOS ESTADOS UNIDOS! VALORIZE SUA AUTO-ESTIMA! TENHA AMOR PRÓPRIO E ORGULHO DE SER BRASILEIRO! VIRE AS COSTAS PARA QUEM NOS MENOSPREZA!

Por que não substituir os roteiros turísticos para a Flórida ou Nova York por tantos outros mais atrativos dentro do nosso Brasil ou para países como Cuba, Chile, Peru e até mesmo a Argentina, que apesar de todas as crises sempre foi o primeiro ou o segundo país que mais manda turistas para cá?

Se você tem muito dinheiro, por que não visitar o velho continente? Por que não ir a Portugal e Espanha, países culturalmente atrelados ao Brasil? Ou Itália, França, Alemanha, bem mais interessantes do ponto de vista cultural e que têm muito mais a ver com o povo brasileiro que os EUA? Ou até destinos caros, mas interessantes, por serem países de cultura e tradições milenares como Japão, China e Índia?

Pense nisso seriamente e imagine o trabalho que você terá e de tudo que vai passar ao chegar a terras norte-americanas!

Não queira justificar e aplaudir a segurança anti-terror de George Bush. Nós latino-americanos não somos terroristas! Pergunte-se porque eles não estendem essas medidas de segurança também aos turistas da Europa e aos países ricos!

ORGULHE-SE DE SER BRASILEIRO! REDIRECIONE ESTA MENSAGEM PARA O MÁXIMO DE PESSOAS QUE PUDER! DIGA NÃO AO ESTADOS UNIDOS!"

Coment?rio: actualmente o Brasil fotografa e tira as impress?es digitais dos cidadãos do E.U.A em reciprocidade. Se fosse conosco (Portugal) qual seria a nossa resposta (ou falta dela)?

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